terça-feira, 31 de maio de 2011

(O noivo da) Minha Melhor Amiga

O filme “O noivo da minha melhor amiga” não é nada senão uma desculpa (e talvez um complemento) para a minha verdadeira finalidade: fazer uma homenagem a uma das pessoas mais importantes para mim, minha fiel escudeira, também conhecida como Sancho Pança rs, Thelma, Alface, Ninha, Traste, Monga e por aí vai. Seria difícil citar todos os apelidos super carinhosos atribuídos em... (12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19) sete anos (caralho!) de amizade.


Mas vamos começar pelo filme e depois pulo para a parte sentimental. E quem não tiver interesse, dá esc e estamos feitos (mas sério, se der para ler, leia, tô fazendo com tanto carinho).

Confesso que fiquei danada (no sentindo de com raiva e não de esperta, ok, Cefas Carvalho?) quando paguei nove (NOVE!) reais para ver uma comédia romântica semana passada. Mas eu estava com saudade de cinema e pipoca... e faltando duas pessoas para a minha chegada ao carinha do caixa, os ingressos de Piratas do Caribe 4 (a que eu assisti esse sábado e resenhei lá no O Chaplin) esgotaram. Além do mais, estava saindo com a dita pessoa que homenagearei no post pela primeira vez depois de, sei lá, três semanas de intriguinhas bestas (parece que ainda temos doze anos, às vezes).
Felizmente, o filme foi congratulado com a presença da Kate Hudson (por quem tenho uma quedinha particular), e isso me fez simpatizar de cara, quando ela adentrou uma cena bêbada e gritando, o que, idiotamente, me fez rir durante uns quatro ou cinco minutos (na verdade, olhar para o rosto dela já é o suficiente para me fazer rir).

Mas Kate Hudson à parte, o filme é aquela velha história da Cinderela sem graça (Rachel) apaixonada pelo príncipe que não pode ter. Nesse caso, não pode e nem deve, já que o tal príncipe namora a melhor amiga dela (Darcy). Mas o príncipe gosta da Cinderela também, então vocês já podem imaginar o final.

O balaio é completo nesse filme: tem amiga doida, tem amigo engraçado metido a garanhão, tem amigo que finge ser gay mas é apaixonado pela Cinderela, tem cena-tapa-buraco de avião aterrissando (totalmente sem sentido, convém dizer), tem traição, tem álcool, e tem comédia. E ainda tem tradução nada a ver do título. De "Something Borrowed", no inglês, teoricamente, "Algo Emprestado", para "O noivo da minha melhor amiga" (Hã??)


É uma típica comédia romântica, sem tirar e nem acrescentar nada. Portanto, se querem um conselho, NÃO PAGUEM NOVE REAIS POR ELA. Baixem da internet se estiverem deprimidos e quiserem rir, ou comprem por, no máximo, dois reais no camelô mais próximo. Mais que isso, é roubo. Só para ajudar, vou pôr um link dele no fim do post, caso interesse a alguém. Mas tá dublado (foi tudo o que eu achei, sorry). Também vou por o trailer só para não dizerem que o post ficou incompleto.

Trailer "Something Borrowed"

Sim, o filme é engraçado. Mas eu passaria sem ele, SE não tivesse caído como uma luva na ocasião em que assisti. Essa merda me fez chorar, acredite. E a razão vai abaixo:

Darcy: “Como todos já sabem, vou me casar daqui a 61 dias. E, Dex, meu bem, eu tenho uma confissão a fazer. Não vai ser o meu primeiro casamento. É. A Rachel e eu somos almas gêmeas desde sempre. Vivíamos grudadas, fazíamos tudo juntas. Tipo, representar o North Dancing, ou inventar a nossa própria coreografia de Hip Hop. Basicamente dividíamos tudo. Inclusive o Ethan. Ele foi nosso par no baile da sexta série. E durante esse tempo todo Rachel e eu fomos inseparáveis. Éramos nós contra o mundo. Depois que nos formamos, ela me trocou por aquela faculdade de Direito idiota, apesar do fato de eu ter desistido da minha vaga na Notre Dame porque ela não foi aceita. Mas tanto faz. No final deu tudo certo, porque ela foi estudar Direito em Nova York, conheceu o meu futuro marido e nos apresentou. Eu nunca vou me esquecer que quando Dex me pediu em casamento, tudo o que eu pensava enquanto ele estava lá de joelhos era que eu queria que a Rachel estivesse lá, me vendo, naquele momento. Dizer que você é minha melhor amiga, seria o eufemismo do século. Você é a irmã que eu nunca tive. Você é... às vezes, a mãe que eu sempre preciso. A grande razão para eu poder me lançar sem medo nas aventuras é porque ela está sempre lá. Ela está sempre, sempre, lá. Eu te amo, Rachel. De verdade. Feliz 30 anos!”

Quando a novela “Alma Gêmea” estreou na tevê, vivíamos cantando a música tema. Isso porque, se almas gêmeas são pessoas diferentes que se complementam, Ana Clara é, sem dúvida, a minha (ou uma das minhas). No início era assim: eu era uma patricinha abestalhada cujo repertório musical limitava-se a Britney Spears, Madonna e Lindsay Lohan, e o guarda roupa era capaz de “incandiar” alguém, devido a quantidade de peças cor-de-rosa. Chegava ao absurdo de vestir uma blusa, um boné, brincos, batom e uma sandália rosa de uma vez, a prova vai abaixo. Ana Clara, por sua vez, era feliz com os cabelos sempre presos, ouvindo seus bons rocks, óculos redondos, aparelho e um quê de autismo que ainda hoje sustenta. Eu era CDF, ela estava um tanto longe disso.




A partir do momento que ficamos amigas, passamos a viver grudadas. O tempo todo. Se alguém (mesmo professores e funcionários) me via sozinha, perguntava: “E cadê Aninha?”. O mesmo com ela. Chegamos ao ponto de sermos separadas de turma. Não que tenha adiantado de alguma coisa. Quando dava vontade, eu ainda ia para a turma dela ou ela para minha. E ai de quem se opusesse. Nunca fomos muito chegadas a hip hop, mas inventamos a nossa própria coreografia de “Man! I feel like a woman”, e o nosso próprio ritmo de “Girls just wanna have fun”, ou “Don’t let me get me”. Dividimos tudo também. Desde nossos amigos (Ronaldo, Thales e Túlio), até livros, cds, dvd’s e batata-frita (quatro itens de que temos maior ciúme. É.)

Bem, às vezes, ela chora dizendo que a troquei pelo Jornalismo. Mas é mentira. Quando não era o Jornalimo, era o Grêmio, eram as aulas, era o vestibular. Eu sempre fui um tanto ativa demais. E Ana Clara estava lá para me puxar do mundo real, às vezes, e evitar que eu tivesse um piripaque qualquer hora dessas. Não lembro de um só relacionamento que ela não tenha me apoiado. Todos, mesmo nas horas mais improváveis, ela estava lá. Para me incomodar – ou me salvar. Desde o meu primeiro beijo. Ainda lembro vagamente de ela querendo bater em um cara nesse dia. Bem, não vou mais a festas por um trauma adquirido nesse dito dia 22 de dezembro de 2006. Mas deixa para lá.

Mas sem sombra de dúvidas, a coisa mais verdadeira dessa fala da Darcy no filme é isso: “A grande razão para eu poder me lançar sem medo nas aventuras é porque ela está sempre lá”. Eu sempre fui muito medrosa, e você sabe disso. Mas aprendi a tomar banho de chuva por sua causa. Aprendi a me melar, a correr riscos, a faltar aulas, a mentir as festas que ia... aprendi a ser quem eu sou e a me deixar ser. Obrigada por isso. Obrigada até por não se importar quando as pessoas acham que somos namoradas, embora a ideia seja repugnante. Sem ofensas, mas você entende.

Os anos passaram. Temos pouquíssima coisa das garotas que éramos quando nos conhecemos. Mas ainda somos amigas e não vejo um motivo para deixarmos de ser. Apesar dos pesares, nos conhecemos a cada dia mais. Você é como um porto-seguro. Quando tudo estiver fodido (com a licença da palavra), ainda tenho você. Como sempre tive nos piores momentos.

E de resto, eu só tenho a dizer Feliz 19 anos, nojenta! Botox na sua vida!


 Darcy: Gente que é amiga desde criança quase sempre se separa algum dia. Que bom que a gente não.
Rachel: Também acho.
Darcy: E nunca vamos nos separar, não é?
Rachel: Não.
Darcy: Acho que não existe ninguem que me conheça mais que você. Nem mesmo o Dexter conhece. Não como você. Eu sinto que você me aceita totalmente.
Rachel: Darcy, por que tá falando isso?
Darcy: Eu não sei, mas quando a gente vai se casar começa a pensar em todos os grandes momentos. E você está em todos os meus.


 Obs: Como prometido, clique aqui para fazer o download do filme dublado. A qualidade também não tá muito boa... Mas para os interessados, promessa cumprida.

2 comentários:

  1. LINDOOOOOOO!!! Muito lindo o post!!!! Saudades de sair com vocês!!! Ainda bem que nos veremos hoje! Amo vocês duas! (Obs. Chorei lendo o post... Sentimental eu?! Maginaaa!!)

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  2. São nessas horas que eu tenho coragem de falar que eu sei como se diz "eu te amo". Nunca é tão sincero como quando eu falo ou escrevo pra você, de verdade.

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