sábado, 25 de fevereiro de 2012

Rebeca

Era uma garota que poderia facilmente ser confundida com a "Caixinhos Dourados" dentre as páginas de um livro infantil. Seu nome era Rebeca.

Uma de suas músicas instrumentais favoritas rodava no CD player, uma mistura de música clássica e infantil, mas ela estava a um canto, sentada. Abraçava as pernas e resmungava contra a meia calça, fina, já enxarcada de lágrimas.

A harmonia dos olhos cor-de-esmeralda era atrapalhada pelo ruído: manchas vermelhas decorrentes de um choro angustiante.

Aproximei-me de Rebeca, eu já a conhecia: "Por que choras? Estás tão linda. Não gostas desse CD?"

"Foi o pior presente de Natal da minha vida", ela responde.

"Mas não pediste a tua mãe?", insisto.

"Sim, mas agora ela quer que eu dance as músicas todos os dias, o tempo todo."

Compadeci-me. Rebeca tinha apenas 6 anos. Dançava com a leveza de um cisne que boia nas águas. Mas, certamente, não gostaria de fazer aquilo durante todas as horas de sua infância.

Abracei Rebeca. Então, caminhei até o CD player e desliguei o som que dali saia. Rebeca sorriu abertamente e, com o sentimento de um prisioneiro que se liberta de seu cárcere, pôs-se a dançar uma melodia silenciosa.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Bogart Café: café criativo e nostálgico

Tá decido! A cada viagem que eu fizer para uma cidade diferente, tenho o objetivo de conhecer um lugar novo, diferente e agradável, que me chame a atenção por algum aspecto peculiar e pouco comum.

Nas minhas andanças por Recife, acabei esbarrando em um café de estética criativa, com sacadas de originalidade singulares, a começar pela porta de entrada.


O Bogart Café não precisa de grandes fachadas para ser notado. O prédio é antigo (como boa parte dos prédios de Recife) e branco. Destaca-se na rua pela estética clean e preservada. À janela, apenas um anúncio escrito a giz: 


O ambiente interno tem uma iluminação média e agradável. A música, então, nem se fala. Ambiente, varia entre o jazz e a MPB, gêneros que não machucam o ouvido, excelentes trilhas sonoras para uma boa conversa com um amigo. Mesas e cadeiras de madeira, pessoas lendo enquanto tomam café, e a decoração em si me fizeram sentir em um café europeu dos anos 50. Há uma parte externa, ao ar livre, com mesas grandes ao estilo piquenique. Contudo, o que mais me chamou atenção na estética do lugar foram as decorações das paredes. Desenhos originais e artísticos feitos a giz, provavelmente constantemente mudados, inclusive informações sobre o cardápio e tirinhas com o gato personagem do Café.




Quanto ao atendimento, sem reclamações. Como em todos os lugares a que fui em Recife, as pessoas são simpáticas e prestativas. Depois de estética e atendimento bacanas, tá faltando o produto. Pedi um milk shake de chocolate com calda de caramelo de uma espécie de misto quente com nome estranho que não decorei. Bem, devo dizer que cometi o erro de não pedir para identificarem o "pão baguete" que, segundo o cardápio, viria no meu pedido. Acabou que era daqueles cheios de gergelim. O diabo é quem come aquilo. Matuta como sou e faminta como estava, comi o recheio e deixei o pão e seus gergelins. Gostei do que comi. E o milk shake também é muito bom. Nada espetacular, mas gostoso. Vale o preço que paguei (R$ 12,00 pelo pedido completo).

Lanche antes de eu devastar com os baguetes de gergelim
 Então, para quem estiver procurando um lugar agradável e diferente para o lanche da tarde ou um café da manhã tardio em Recife, recomendo passarem na Rua Afonso Pena. É próximo à Universidade Católica. Procurem um prédio branco, com porta de vidro, que quase passa despercebido, a não ser pela pequena e singela placa escrita a giz em sua janela.


Sorriso de garota propaganda ;) Foto por Ale Albuquerque

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