segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Até o País das Maravilhas

Como era lindo o coelho branco! Alice quase dormia quando o viu passar. Tentou fechar os olhos novamente e esquecer que o vira. Não conseguiu. Ele era tão sedutor. Correu atrás dele. Correu rápido, tão rápido que não teve como parar quando chegou ao buraco. Caiu. O mundo parecia girar ao redor da sua cabeça. Ou seria a sua cabeça que girava em volta do mundo? Não importava. Quando tocou o chão, ficou feliz de estar viva e achou que nenhuma sensação jamais seria melhor que aquela. Mas não conseguia voltar ao topo, então procurava outras sensações ali mesmo onde estava. Achou cogumelos gigantes. Mordeu-os. Alice sentia seu corpo crescer e diminuir e deliciava-se com aquilo. Por vezes tinha que se inclinar para não sentir-se quebrar. Outras, nos momentos em que tudo era possível, passava por portas mínimas. Um rato teria dificuldade de atravessá-las. Mas Alice? Ah... Alice podia tudo. Então viu algo branco passando. Era o coelho. O lindo coelho branco. E ele a guiou até o País das Maravilhas, de onde ela nunca mais sairia.

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