sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Em Cajazeiras
O dia é ensolarado, prepara uma festa em família. O açude ao lado consegue estar mais azul que o normal e as matas da caatinga desfrutam do seu melhor momento do ano.
Meu pai, tios e primos mais velhos - e também os mais novos, metidos - tentam matar um porco, que será o prato principal do banquete, enquanto as mulheres tratam das galinhas e do almoço que sairá em duas horas - talvez três, devido à balbúrdia das crianças pequenas.
Meu avô, velho Dequinha, percorre seu caminho pela beirada do açude com um carrinho de mão cheio de alimento - palmas cortadas - para o cavalo. Vez ou outra deixa o instrumento de transporte cair quando o cansaço faz necessária uma parada.
As primas mais velhas estão sentadas próximas à TV - ainda que não a assistam - e conversam aos sussurros coisas que não me sinto tentada a escutar. As primas do meio, juntamente com minha irmã, estão prontas para um banho de açude, ao qual se recusam terminantemente a levar a mim e às demais primas mais novas.
Enquanto isso, eu e as primas mais novas caminhamos em revolução, com nossas calcinhas folgadas de babados, chinelas de borracha e elástico, arrastando nossas toalhas - que quase nos fazem tropeçar - pelo caminho, em busca da permissão de alguém que tenha poder suficiente para fazer com que as primas do meio nos levem com elas.
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