Por tantas vezes histórias reais são distorcidas pelas vozes mais altas. Por tantas vezes, os jornais divulgam o que o governo quer que as pessoas saibam e recusam-se a olhar por aqueles que imploram pelo espaço de um quarto de página e não têm dinheiro para pagar por ele.
Histórias são insistentemente contatas e recontadas, com ênfases e detalhes, a um jornalista, e um assessor bem pago ou uma boa assistência jurídica conseguem transformá-las em balela com a rapidez de um carro que não deixa mais que poeira no caminho por onde passou.
Então, quando escolho dar voz a quem me pede a oportunidade de divulgar a verdade, quando resolvo criticar imoralidades e irregularidades governamentais e dar um pouco de dignidade a uma situação sufocante sou chamada sensacionalista.
Talvez seja mesmo um erro escolher um lado. Não. Talvez seja mesmo um erro escolher o lado do mais fraco. Talvez eu devesse, como jornalista, apenas jogar opiniões e declarações, enfatizando aquela que tem mais a me oferecer. Contudo, eu tenho uma opinião própria e faço questão de expressá-la, sensacionalista ou não.
Talvez eu devesse mesmo é ser escritora, e não jornalista.
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