Meus mais íntimos amigos sabem que, no jornalismo, o que mais me apaixonam são os personagens. Sempre que vou apurar uma pauta, é inevitável não acabar levada pelas histórias do diretor de determinada empresa, pelos dramas da funcionária pública, ou pelas piadas e ensinamentos do aposentado. Claro que isso tem um preço. No meu caso, é quase sempre ficar apertada nos deadlines. Whatever.
Mas o melhor é quando, sem querer, somos importantes para a fonte, mesmo que esse não fosse o objetivo, afinal. Então, "em off", eu relato, o que "em off" escutei há uns dias...
"Minha filha, eu sei que não tem a ver com a entrevista, mas eu gosto muito de Educação. Quando eu me formei em Medicina, exerci um pouco, e depois fui para a educação. Então, saí da UFRN e minha esposa queria porque queria que eu voltasse a clinicar. Mas eu não quis, sabe? Eu realmente gosto de Educação. Foram 30 anos em lugar X, mais 5 anos em lugar Y e mais 12 anos aqui."
"Olhe, muito obrigada por essa entrevista, eu estou achando ótimo. É bom que me distraio. Não sei se mencionei mas meu marido sofreu um acidente e está em coma. Então, você pode ligar quando quiser, ao menos esqueço um pouco essas coisas..."
"Eu, como diretor do lugar X fiquei muito satisfeito com essa decisão que a gente tomou de melhorar a qualidade dos alimentos. Olhe, minha filha, isso é em off, mas eu perdi um filho de câncer e teve a ver com os alimentos que ele comia, então eu fico muito contente de ajudar as pessoas a não terem mais esse tipo de problema..."
Não sei se só sou eu ou todo repórter, mas é nessas conversas "em off" que eu vejo mais sentido em ser jornalista...
Perfeito! Adorei! ;]
ResponderExcluir.
ResponderExcluirBlog bonito e ótimos textos.
Gostei muito da distribuição
da página.
Vou seguir você e espero que
tenha algum prazer seguindo o
meu blog, também.
silvioafonso
.