segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dia 07 de abril: dia do jornalista

[Homenagem atrasada, mas finalmente apareceu!]

Por Themis Lima

O jornalismo é uma atividade ampla, que acompanha tradições, revela mitos e conta revoluções. O perfil do jornalista é o profissional apaixonado pelo que faz, mas que caminha a duras penas ao lado de sua votação: ele escolta a notícia aonde quer que esteja. Em comemoração aos trabalhadores do jornalismo, o dia 07 de abril é festejado oficialmente como o Dia do Jornalista.

Não há data concreta para o surgimento do jornalismo, só as impressões do que possa ter sido seu berço. Há quem suponha que seu nascimento acompanhou os primeiros passos da imprensa, na Suméria, séculos antes de Cristo. Em suportes de cera e argila, sob moldes cilíndricos que formatavam a ‘informação’, para alguns, já se fazia jornalismo. Outros indicam que foi em Roma a origem da atividade periodista: Acta Diurna era o nome da folha diária – que não era de papel – publicada pelas autoridades romanas, e que surgiu por volta de 60 a. C.


 

 Apesar disso, a hipótese de mais peso assegura que o jornalismo passou a existir, como o conhecemos, junto à imprensa móvel, criação do inventor alemão Johannes Gutenberg. Foi a partir da segunda metade do século XV, então, que o mundo pôde imprimir suas ideias e os vigilantes da informação puderam notificar seus informes com mais facilidade.

Quanto mais o jornalismo se consolida como profissão, mais o mundo descobre sobre si. Das simples notícias às grandes reportagens, o propósito é de fazer saber. Com o aparecimento do rádio e da televisão, na primeira metade do século XX, e da internet, a irmã-prodígio das comunicações, o jornalismo vem ganhando feições sensoriais e aproxima cada vez mais quem fala de quem vê.

Para o jornalista e professor doutor de Jornalismo Impresso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Emanoel Barreto, que conta 37 anos de profissão, o jornalismo é um grande exercício democrático e plural. “Ele é também uma atividade empresarial, mas ele tem na sua essência, na sua matriz profunda, um compromisso com a democracia”, afirma. Segundo o professor, a primeira voz a ser silenciada em um processo ditatorial, por exemplo, que exclui a democracia por princípio, é a da imprensa.

Apesar da força que exerce sobre a sociedade, o jornalismo vem sofrendo questionamentos sobre seu futuro. A internet e sua capacidade de conceder espaço e voz aos indivíduos, que antes eram apenas os receptores dos veículos tradicionais, tornaram o mundo um grande painel virtual, que parece desdenhar da era do papel. Para Barreto, ainda é cedo para falar na quebra do impresso: “Isso é uma ideia, no mínimo, apressada. Não é porque a internet vem ganhando espaço que os jornais vão pura e simplesmente fechar suas portas. O jornalismo impresso e a internet não são como dois corpos físicos, que não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. São duas situações sociais que tem diversidades e proximidades”, explica. A saída sugerida pelo professor, e por muitos que acompanham mudança, é a adaptação do conteúdo para a nova realidade: um novo jornalismo para um novo leitor.

A multidão de vozes proporcionada pela rede virtual trouxe à tona um velho questionamento que divide opiniões e amedronta os sindicatos e associações: a exigência do diploma para o cumprimento do jornalismo. A lei n° 5250, a Lei de Imprensa, foi interrogada e derrubada pelo Superior Tribunal Federal em abril de 2009 e levou a sociedade a perguntar até onde vai a importância das cadeiras universitárias.

Mesmo sem idade precisa, e sem futuro traçado, o jornalismo permanece como tronco da sociedade, que se divide em braços e posições distintas, mas que, juntas, acrescentam pontos à verdadeira democracia.

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